“Explorar futuros possíveis é (...) a maneira mais fecunda de a inteligência humana influenciar os deuses” (Carneiro, 2000: 32) (1)
Nos últimos anos tem-se verificado um processo de sucessiva desconcentração e transferência das competências no domínio educativo para o plano de actuação local. Estas atribuições referem-se, com particular destaque, à Educação Pré-escolar e ao 1º Ciclo do Ensino Básico, quer do ponto de vista da manutenção do edificado, quer do apetrechamento de material destinado à prática pedagógica.
Na actualidade, o desafio colocado às autarquias reveste-se de maior complexidade.
A actual estrutura e orçamento do Ministério da Educação são insuficientes e a escola real não consegue reunir as condições para dar respostas adequadas a todos os problemas. Ora a Escola não pode nem deve assumir sozinha esta responsabilidade.
A importância da interacção social no meio envolvente para a aquisição de comportamentos e atitudes favoráveis a uma inserção harmoniosa na sociedade obriga a uma ligação estreita entre Encarregados/as de Educação, Escolas e Comunidade Local. Somente juntando e acumulando sinergias ao longo de todo o percurso escolar poderemos proporcionar aos Educandos um ambiente de aprendizagem motivador, exigente e gratificante.
Afinal, se a Família se constitui como o primeiro responsável pela Educação, os segundos serão certamente a Escola e a Comunidade local. E quando a família não consegue, por razões diversas, levar a cabo de forma satisfatória esta tarefa de parceria, mais premente se torna que a Escola e a Comunidade assumam um papel de destaque em todo o processo educativo.
Uma das presenças mais fortes e mais visíveis na comunidade, principalmente nos concelhos pequenos, como é o caso de S. Pedro do Sul, é, sem dúvida, a AUTARQUIA.
A sua intervenção não pode limitar-se a um acompanhamento normativo delimitado pela Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do EB, mas deve alargar-se a toda a escola e a todas as escolas, estendendo-se para além da escola, nomeadamente na formação ao longo da vida, que é hoje reconhecida como garante de verdadeira inserção social e de qualidade de vida dos cidadãos.
Daí a importância de a AUTARQUIA ser a promotora de uma rede de parcerias credível e minimamente organizada (envolvendo todos os Estabelecimentos de Educação e Ensino, as Associações de Pais e de Estudantes, as IPSS, o Centro de Saúde, a GNR, o Centro de Emprego, o Centro de Segurança Social).
Fomentar nos diferentes espaços educativos uma cultura de micro-sociedades, onde é possível intervir e participar activamente na tomada de decisões, em cooperação com os restantes elementos dessa comunidade educativa, é tornar o exercício da cidadania num direito e num dever inerente à condição de munícipe.
O grande desafio está na capacidade de mobilização, procurando um outro caminho para a autonomia quer das autarquias, quer das escolas e um outro sentido para as práticas de cidadania de cada cidadão em particular.
Porque acreditamos que, mais do que uma obrigação normativa imposta pelo poder central, as autarquias têm o dever de acompanhar a formação dos seus munícipes ao longo de todo o seu percurso educativo, assumindo como conceitos-chave, as ideias de compromisso, proximidade e reconhecimento de todos os cidadãos, propomo-nos desenvolver um PROJECTO EDUCATIVO CONCELHIO, através do/da:
Estabelecimento de
protocolos e parcerias com diversas instituições da comunidade local. Elaboração de um Plano Anual de Intervenção, em articulação com os Conselhos Pedagógicos e Direcções Executivas de todas as Escolas/Agrupamentos.Descentralização e diversificação das actividades educativas, nomeadamente as actividades de complemento curricular, de prolongamento de horário e de tempos livres.
Criação do Conselho Municipal da Juventude com representatividade de todas as freguesias do concelho.
Investimento na formação em geral para todos os intervenientes da comunidade e na formação/qualificação dos responsáveis (auxiliares, monitores, funcionários) dos diversos espaços educativos, designadamente refeitórios, prolongamento de horário, tempos livres, bibliotecas escolares.
Desenvolvimento de uma relação positiva das crianças e dos jovens com a Escola, apoiando e organizando eventos e actividades que premeiem o estudo, a pesquisa e o trabalho.
(1) CARNEIRO, R. (2000). 2020: 20 anos para vencer 20 décadas de atraso educativo. In R. Carneiro; J. Caraça & Emília São Pedro (coords) O Futuro da Educação em Portugal — Tendências e Oportunidades. Um estudo de reflexão prospectiva. Lisboa: Ministério da Educação.
A não publicação dos comentários incómodos prova que esta candidatura é mais do mesmo.
ResponderEliminarAfinal o lápis azul da censura fascista aparece onde menos se espera.
A Democracia é incómoda para os que usam métodos totalitários. É, no entanto, um desafio para os democratas.
PS é igual a PSD, como JCA é igual a ACF. A farinha é a mesma, só muda o moleiro.
Se não publicam os comentários ou se só publicam os amens's digam logo que não nos damos ao trabalho de os escrever.
ResponderEliminarPelo menos já entendemos o vosso conceito de Democracia.!
E há sempre uns caramelos que falam antes do tempo... Toma lá que é democrático!
ResponderEliminarCaros Anónimos
ResponderEliminarNeste blogue são publicados todos os comentários que V.Exas, gentilmente, se dignem fazer...
Não somos nós que oferemos "chapadas", fazemos ameaças ou apelidamos de "charlatões" quem manifesta opiniões ou mesmo factos contrários aos que defendemos.
Se o interesse era criar a confusão, aí, sim, perderam o vosso tempo...